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Forte potencial da soja atrai investidores

Área total plantada em Roraima equivale a 25 mil hectares, o que representa o dobro do que foi plantado em 2014
  
 
 
Produtor Alcione Nicoletti diz que a expectativa de colheita gira em
torno de 1 milhão de sacas do grão este ano (Foto: Rodrigo Sales)

 

Investimentos no cultivo da soja dobraram em 2015 em relação ao plantio do ano passado. O lavrado reserva condições propícias para a exploração da cultura. Atualmente, cinco variedades estão sendo plantadas no Estado, com aproximadamente 50 agricultores dedicados às plantações, desde longa escala ao fortalecimento da produção por meio da agricultura familiar. O governo confirmou que leis de incentivo foram implantadas a fim de contribuir com a qualidade do produto e que, desde a reativação dos silos, o armazenamento passou a ser feito diariamente.

A área total plantada em Roraima equivale a 25 mil hectares, que representa o dobro do que foi plantado em 2014. Os principais responsáveis pela atividade produtiva são oriundos de outros estados do país, com destaque para o Mato Grosso, que desenvolve ações concretas no setor sementeiro no período da entressafra, de modo que os dois estados têm economia alavancada no que se refere à produtividade.

A reivindicação dos produtores, além das leis de incentivo, é a qualidade das estradas para escoamento do produto final, bem como para o produtor de banana, de arroz e de milho, além de pecuaristas. “Obras estruturantes são o governo que faz. O agricultor ajuda como achar que pode. O agricultor auxilia na difusão da pesquisa”, comentou produtor agrícola Alcione Nicoletti.

O investidor enfatizou que a variedade “tracajá” é dominante em Roraima, devido ao ciclo entre plantio e colheita, correspondente a 120 dias, no entanto, mais quatro tipos de sementes foram analisadas, a “sambaíba”, cultivada em grande proporção em terras roraimenses, e três novos experimentos que integram um espaço menor de tempo para a safra, BRS 8381, BRS 7980 e BRS 8581, que ficam prontas entre 85 e 100 dias, considerando que a adaptação ao solo e ao clima foi significativa.

“Esses três materiais que citei por último [BRS 8381, BRS 7980 e BRS 8581], na minha opinião como financiador, vão dar maior sustentação para o negócio, porque os períodos de chuva são curtos e existem veranicos no meio, então materiais mais curtos podem ser encaixados nos melhores períodos que tiver. O lado bom é que se parar de chover hoje, 95% do potencial de colheita estão garantidos”, acrescentou Nicoletti.

Novas tecnologias passaram a fazer parte da vida do homem do campo, disponibilizadas pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), contudo, os custos com investimento ainda são altos, média de U$ 600 por hectare na compra de defensivos, sementes e adubos. “Se o assunto é soja, temos que falar em dólar, tanto o custo quanto a venda, porque o 'descruzamento' de moeda é a coisa mais perigosa que tem na agricultura, por causa da flutuação cambial comum no Brasil”, disse Nicoletti.

Ao final da coleta de toda a produção dos grãos do Estado, em meados de setembro, os agricultores apostam em um número recorde do produto, podendo chegar a mais de 1 milhão de sacas. Para o escoamento serão necessárias mais de 2.000 mil cargas de carretas bitrem com um faturamento superior a R$ 70 milhões.

INVESTIDOR – O Agricultor Alcione Nicoletti é natural de Lucas do Rio Verde, no Estado de Mato Grosso e visualizou investimento em Roraima por conta de fatores como facilidade de abertura de áreas, licenciamento ambiental, correção de solo, potencial produtivo significante e perspectiva de logística para vender soja com o melhor valor de mercado do país. Mudou-se para o Estado com a esposa e os quatro filhos para desempenhar ações voltadas ao cultivo. 


Leis favorecem beneficiamento e expansão da agricultura local

O secretário estadual de Agricultura, Gilzimar Barbosa, ressaltou que duas leis foram implantadas para beneficiamento e expansão da agricultura. “O apoio pode ser apreciado desde a titularização legal das terras, do licenciamento ambiental e colocando em prática a Lei 215, de incentivo e isenção de ICMS [Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços] e Lei 803M que dá bonificação de R$ 100,00 por tonelada de calcário para os agricultores”, disse.

Quanto ao armazenamento de grãos de soja, o secretário relatou que uma cooperativa é responsável pelos silos e que todas as sementes após tratadas e secas são transportadas até o porto de Manaus (AM). Segundo ele, a parceria com a Embrapa é fundamental para direção do projeto de fomento da soja.

O pesquisador da Embrapa e especialista em fitotecnia, Vicente Gianluppi, acrescentou que a ascensão do cultivo da soja pode incrementar a pecuária. “Se construir a fertilidade do solo, a pecuária fica mais competitiva, porque depois pode plantar pastagem e fica intercalando entre soja e pasto, quebrando aquele ciclo de pragas e doenças. Daí, podemos falar de sustentabilidade econômica e ambiental, pois o solo vai sequestrar mais carbono e aumenta o teor de matéria orgânica e, consequentemente, a produtividade”.


Embrapa faz experimento com soja há 34 anos 

Quem trafega pelas rodovias federais e estaduais de Roraima se depara com uma paisagem incomum: os campos de plantio de soja. No entanto, as pesquisas e experiências com os grãos são desenvolvidos pela Embrapa desde 1981, quando foi realizado o primeiro cultivo de soja tropical. As informações foram apresentadas pelo pesquisador Vicente Gianluppi, que afirmou ter um acúmulo de dados de precipitação de área confiável com mais de 20 anos de apreciação para quem interessa a cultura da soja.

Durante as primeiras experiências, foram avaliados os períodos críticos da planta, especialmente em épocas de estabelecimento do cultivo e as relações com a chuva. “Porque, se não chove adequadamente, o número de plantas por área pode ser comprometido, tornando-se uma cultura aberta. O florescimento e enchimento de grãos exigem muita atenção, caso contrário, o dano econômico é expressivo”, complementou o pesquisador.

O técnico frisou que o objetivo da Embrapa é tornar o lavrado roraimense um ativo econômico para que o produtor tenha uma renda baseada no que plantou. “Só se trabalha na roça se tiver expectativa de ganhar dinheiro, por isso acreditamos na soja, que traz logística e crescimento financeiro”, salientou o especialista.

Com as atenções voltadas ao Estado, as pesquisas da Embrapa demonstram que nos próximos anos as plantações de soja possam chegar a 100 mil hectares, quantitativo que revertido em real pode representar R$ 300 milhões em circulação no Estado.

Para Gianluppi, a opção para quem pretende crescer e não viver às custas do serviço público é investir esforços na agricultura. “Não tem mais emprego para os jovens. Roraima tem uma economia fraca e a oferta de serviços públicos não absorve mais a juventude, e a roça tem que produzir. O advento da soja pode garantir mais de quatro mil empregos diretos e indiretos no campo nos próximos anos”, enfatizou.

O maior consumidor da soja extraída do solo roraimense é a China, por meio de mandatários, que enviam o produto em contêineres que saem do Porto de Manaus (AM).

MITO – Gianluppi frisou que o consumo de grãos de soja não é prejudicial à saúde e que as notícias divulgadas não são verdadeiras, o que ele atribui a “falta do que fazer”. “São ambientalistas que inventam essas coisas. Todo mundo come soja e utiliza o óleo de soja transgênica. Brasil, Argentina e Estados Unidos produzem 80% da soja existente no planeta. Quando falam de câncer, não passa de interesse comercial”, disse. (J.B)

 

Fonte: FolhaBV

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