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Agricultura de Precisão eleva os índices de produção em 90% dos casos

A adoção da Agricultura de Precisão (AP) tem ajudado a elevarem em até 90% os índices de produtividade em solos corrigidos. O número faz parte do balanço de um ano após iniciar novos investimentos na ferramenta, ocorrido em 2017. Nesse período, a equipe de agricultura de precisão da Integrada coletou amostras de solo que somaram 12.900 hectares nas áreas da cooperativa nos estados do Paraná e São Paulo.

 

O que é a AP?

A Agricultura de Precisão é um sistema de gerenciamento agrícola que cresce no País na medida que as informações sobre conceitos, técnicas e vantagens chegam ao produtor rural.

As tecnologias de AP detectam, monitoram e orientam homens e mulheres do campo na gestão da propriedade, para melhorar a produtividade, a preservação do meio ambiente e a renda. 

A Agricultura de Precisão começou com as tecnologias das máquinas dotadas de receptores GPS e geração de mapas de produtividade. Avançou  e hoje vai além dos equipamentos e das culturas de milho e soja. Pode ser usada em todas as cadeias produtivas do setor agropecuário.  Com medidas de gestão adaptadas à realidade de cada produtor, oferece ferramentas para otimização do uso de insumos e inovação permanente no campo.

 

Benefícios

O sistema gera benefícios tanto para cooperados, quanto para a cooperativa. Segundo ele, o avanço da agricultura de precisão tem refletido diretamente no aumento da rentabilidade dos produtores. O produtor Oswaldo Rodrigues de Almeida, de Goioerê (PR), por exemplo, havia pedido 5 toneladas por alqueire de calcário para aplicação em sua propriedade na safra 2016/17. Quando a equipe de AP da cooperativa fez o mapeamento de solo com a coleta de amostras realizada pelo quadriciclo, o mapa indicou que ele não precisava aplicar a mesma dosagem em toda a área.

 

Taxa variável

Com a aplicação em taxa variável, ou seja, aplicação de acordo com a necessidade de cada ponto da propriedade, o produtor utilizou 4 toneladas por alqueire, o que gerou uma economia para o agricultor de R$ 9 mil com o insumo. Além da economia, na safra seguinte o seu índice de produtividade aumentou em 15 sacas por alqueire em relação à safra anterior.

 

Produtividade

Somente com a correção de solo, segundo o Técnico Agrícola João Francisco Sanches Filho, que produz na região de Guaíra (oeste do Paraná), elevou na safra passada em 11 sacas por alqueire sua produtividade com a correção de solo recomendada na agricultura de precisão, com 189% de retorno no investimento.

 

Agregação

“A agricultura de precisão pode não ser fundamental, mas é uma das ferramentas que agrega na produtividade do produtor”, avalia Irineu Batista, gerente da área técnica da cooperativa do Paraná. Para 2018, a meta da cooperativa é abranger mais de 21 mil hectares com a agricultura de precisão, de uma área total atendida de mais de 707 mil hectares. Além das atuais ferramentas de coleta e amostras de solo, a Integrada quer investir cada vez mais em tecnologias para melhorar o potencial produtivo.

 

Drones

A adoção do monitoramento por drones, a adoção nas novas plataformas digitais, investimento em estações meteorológicas e o uso da telemetria, são novas ferramentas que estão sendo estudadas e avaliadas para uso nas propriedades de produção.

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Um pouco da história da agricultura de precisão

Os primeiros relatos acadêmicos de técnicas que trabalhavam com a variabilidade espacial dos atributos do solo datam da década de 1920. No Brasil, a Agricultura de Precisão foi introduzida em meados da década de 1990, porém os avanços significativos só aconteceram a partir de maio de 2000, quando o Sistema de Posicionamento Global (GPS, acrônimo do inglês Global Position System), que é de propriedade do Departamento de Defesa dos Estados Unidos para uso militar, eliminou um erro proposital no sinal, diminuindo as incertezas no posicionamento de aproximadamente 45 metros para 6,3 metros.

No meio acadêmico, a ESALQ/USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz – Universidade de São Paulo) esteve entre as pioneiras, organizando em 1996 o primeiro Simpósio sobre Agricultura de Precisão.

No início dos anos 2000, no RS surgiu o Projeto Aquarius, desenvolvido pela UFSM (Universidade Federal de Santa Maria) em parceria com empresas privadas. Neste mesmo período, outras instituições de pesquisa como a UFV (Universidade Federal de Viçosa) também tiveram iniciativas pioneiras em outras regiões.

Os produtores pioneiros tiveram contato muito próximo com as instituições de pesquisa, muitos deles oferecendo suas propriedades como áreas de teste.

A nova fase da AP avançou para além dos equipamentos e das culturas de milho e soja, aplicando-se a todos os sistemas de produção que apresentem variabilidade. Assim, as demandas atuais para a AP tem se voltado para a gestão da variabilidade espaço-temporal, ao entender que ao tratar com respeito os diferentes atributos inclusive espaciais da lavoura aumenta o retorno econômico e minimiza os danos ao meio ambiente. Esse enfoque apresenta grandes desafios às tecnologias e aos conhecimentos disponíveis sobre sistemas de produção anteriormente considerados uniformes, pois as técnicas de manejo até então não consideravam a grande variabilidade da produção e da qualidade hoje detectadas.

A Embrapa também contribui com o desenvolvimento da Agricultura de Precisão no país organizando uma Rede de Pesquisa com mais de 200 pesquisadores e 19 Unidades de Pesquisa e diversos colaboradores de universidades, institutos de pesquisa e empresas. A Rede Agricultura de Precisão tem 15 áreas experimentais distribuídas no Nordeste, Centro-oeste, Sudeste e Sul do país, cobrindo culturas anuais (milho, soja, trigo, arroz irrigado e algodão), culturas perenes (eucalipto, uva, pastagem, cana-de-açúcar, laranja, maçã e pêssego), além de experimentos na área da zootecnia de precisão.

 

Fonte: Imprensa Integrada

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